VILARELHO
Estive a folhear a revista Periférica, no seu novo número. E embora saiba de antemão que no seu imaginário (com alguma culpa minha e do ditado "quem não se sente , não é filho de boa gente...") tudo o que eu possa escrever aqui será tomado como um "ataque violento" digno de resposta baixa por todo o lado, gostaria apenas de dizer que me pareceu bem feita e com interesse.
Tem uma chamada de atenção para um fotógrafo holandês muito curioso (erwin olaf além de artigos sobre livros feitos, de uma maneira geral, com algum cuidado e atenção. E, graficamente, também se tomaram decisões maioritariamente interessantes.
Sei que adiantará de pouco estar a manifestar-me com honestidade, porque há sempre quem insista em ver o mundo a preto e branco, como um terreiro de luta onde maus e bons se defrontam, possuídos pelo seu imutável carácter, mas penso que há lugar para esta e outras revistas que se criam a partir de espaços distantes. A história da minha vida está cheia de envolvimento entusiástico em projectos desse género. Também queria acrescentar que não me parece de todo mau que se assumam com frontalidade divergências estéticas sobre o que é comummente considerado "bom" pela crítica. O compadrio e o nacional-porreirismo, ainda continuam a funcionar. Pelo contrário, e quem lê o Prazer_Inculto sabe que eu próprio o faço regularmente. Mas, mantenho que pegar num conjunto de obras com o único propósito de lhes encontrar defeitos me parece um exercício não só inútil, como redutor para quem tem certamente mais coisas para dizer. Todos os livros têm calcanhares de Aquiles. Pela simples razão que são escritos por homens e mulheres. Logo, imperfeitos. Nada de novo, portanto.
Este último número veio provar que com mais moderação poderão criar coisas mais interessantes. E atenção que "moderação" está longe, no meu entender, de "condescendência". Votos de bom e honesto trabalho.
Sem comentários:
Enviar um comentário